24 junho 2009

Más Influências

Nos últimos dias, tenho lido alguns blogues escritos e comentados por gente com formação na área da economia, gestão, etc. A forma como estão redigidos os textos, rapidamente nos permitem concluir que muitas dessas pessoas são altamente qualificadas. São professores universitários, politólogos, jornalistas especializados, gente de alguma forma ligada a partidos políticos, etc.

O que me deixa preocupado é que, embora haja razoável divergência de pontos de vista entre esses senhores, todos parecem partilhar uma base dogmática comum que os impede de procurar novas soluções de forma mais livre e criativa. Ou seja, o que eu constato com tristeza e preocupação, é que estas pessoas, muitas delas bastante influentes, têm as suas mentes demasiado condicionadas e limitadas pelos valores dominantes na nossa sociedade. É como se as soluções para os problemas da sociedade estivessem espalhados numa cidade, e as pessoas mais competentes e vocacionadas para as procurar, se limitassem a fazê-lo num só bairro.

«Os problemas significativos que enfrentamos não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criámos.»
Albert Einstein

14 junho 2009

Era Pós-Carbono

A minha geração, ao que tudo indica, irá presenciar algo que muito poucos seres humanos tiveram oportunidade de presenciar. Todas as sociedades vão ser forçadas, durante as próximas décadas, a substituir os combustíveis fósseis, em particular o petróleo, por fontes de energia renováveis. Essa alteração, terá um enorme impacto nas sociedades mais dependentes dessas fontes de energia. O nosso estilo de vida será profundamente alterado em função dessa mudança. Mas embora o processo possa ser doloroso, acredito que, no final, lamentaremos que não tenha ocorrido mais cedo pois os benefícios serão igualmente extensos.
O alheamento relativo a este fenómeno, por parte dos portugueses, parece ser proporcional à importância dos combustíveis fosseis, na nossa economia.
Os Estados mais previdentes, poderão efectuar a mudança de forma mais lenta e planeada causando assim, menos turbulência e stress nas suas populações.
Ao nível político, em Portugal, com a "tradição" de trocar o que é verdadeiramente importante pelo que é acessório, pouco há a esperar deste e dos próximos governos relativamente a este assunto. Acho que, o mínimo que podia ser feito, por parte do Estado, era começar-se já a informar, preparar e sensibilizar as nossas crianças para essa mudança que irá ocorrer. Pelo que tenho visto, (com ou sem Magalhães!) os programas escolares continuam a preparar os alunos para o século XX, lamentavelmente.

07 junho 2009

Ficção Científica

É curiosos observar como os filmes de ficção científica, produzidos durante o século XX, ilustram o ser humano totalmente afastado da Natureza terrestre, rodeado de tecnologia avançada e predominantemente inserido em ambientes artificiais. Tudo à sua volta parece "agradavelmente" sintético.

Quer-me parecer que a realidade será exactamente o oposto. O Homem, quando conseguir libertar-se de todos os problemas causados pela Revolução Industrial irá certamente reconciliar-se com a Natureza e, inconscientemente, seguir e respeitar uma versão actualizada dos Princípios de Hannover, redigidos em 1991 d.C.

Abdicar do progresso tecnológico é algo que não me parece que alguma vez venha a acontecer. Nem me parece desejável que assim seja.

Evolução e Progresso

Todos sabemos o quanto a humanidade evoluiu nas últimas décadas. As telecomunicações, por exemplo, só nos últimos 30 ou 40 anos, evoluíram tanto quanto da pré-história até a essa data. Os cuidados médicos, são outro exemplo de enorme sucesso tendo permitido, a quem a eles tem acesso, um enorme aumento da esperança de vida.

Há, no entanto, uma questão que deve ser colocada: Terá havido progresso? Nos exemplos que referi, certamente que houve. No entanto, para mim, o progresso é evolução no bom sentido, sem os efeitos secundários tão negativos como as alterações climáticas, a destruição em larga escala de recursos naturais, a redução da biodiversidade, a desertificação, o aumento das desigualdades sociais entre outros graves problemas exclusivamente imputáveis ao Homem.












Estou convencido de que, para humanidade conseguir alcançar o progresso de forma generalizada, será necessário redefinir os valores que a têm orientado. Quando cada pessoa souber distinguir o que é verdadeiramente importante do que é supérfluo, e passar a agir em conformidade, o verdadeiro progresso acontecerá.

04 junho 2009

Crise Económica

Todas as manhãs, tenho o hábito de ouvir ou ler as notícias, na esperança de identificar sinais credíveis do fim da actual crise económica e financeira. (Das restantes crises actuais, falarei noutros alturas.) Fico impressionado com o drama social associado ao desemprego, as empresas que fecham, as vendas que não cobrem as despesas, a ginástica que as pessoas fazem para que o dinheiro não termine antes do fim do mês, etc.

Apesar de todos os dramas derivados desta crise económica e financeira, acredito que a pior coisa que poderia acontecer era ela terminar nos próximos meses. Sei que pode parecer um contra-senso ou até uma crueldade da minha parte, mas não é.

Na minha opinião, já que fomos forçados a passar por toda esta turbulência, é imprescindível aproveitar a onda implementando profundas mudanças no sistema em que vivemos. Só assim, conseguiremos evitar réplicas, no futuro. Se nos próximos meses, as economias ocidentais conseguissem voltar a atingir os seus objectivos de crescimento de forma sustentada, estou certo de que dificilmente os governos se empenhariam na implementação das medidas necessárias para tornar o sistema mais saudável e robusto. O assunto sairia das agendas ou veria fortemente reduzida a sua prioridade e alcance.

Embora não seja um homem de fé, acredito que esta crise (somada às outras actuais crises) pode significar que uma grande mudança está em curso. Agrada-me pensar que estamos numa fase de transição e que o mundo vai passar a funcionar com outras regras. Um mundo significativamente melhor.

Homo Irresponsabilis

Ultimamente, tenho observado uma situação que não augura nada de bom. Apesar de toda a informação amplamente difundida por todos os meios de comunicação, desde há pelo menos umas 3 ou 4 décadas, poucos parecem ter apreendido alguma coisa da mensagem.

Causa-me alguma perplexidade verificar a total ou quase total indiferença com que a maioria dos nossos compatriotas reagem a notícias relacionadas com os problemas ambientais. E o que mais me assusta é que verifico que, mesmo as pessoas mais qualificadas, de quem se esperaria uma sensibilidade mais apurada, não se distinguem das restantes. Ricos ou pobres, altamente qualificados ou analfabetos, todos parecem comportar-se da mesma forma. Uns por negligência, outros por ignorância. Apenas uma (insuficiente) minoria da população, parece ter adoptado algumas medidas básicas, com vista a diminuir a sua pegada ecológica.

Face à gravidade dos problemas ambientais, parece-me elementar que cada cidadão procure dar o seu contributo para a melhoria da situação. Sei que muita gente acha que, como o resultado da sua acção individual é quase imperceptível, não vale a pena fazer nada. E como “bons” portugueses, ficam à espera que o Estado ou os governos resolvam os problemas. Não se apercebem de que o seu comportamento comodista e irresponsável deixará, aos seus descendentes, um legado pouco digno de admiração.

Desafio o leitor a fazer um pequeno exercício: Inventariar as principais medidas que adoptou para contribuir para a resolução dos problemas ambientais. (Exemplos: Entrega de materiais nos ecopontos, troca de lâmpadas incandescentes por economizadoras, etc.)

O Curso do Crash

O Dr. Chris Martenson enuncia as suas três crenças: que a nossa sociedade irá sofrer mudanças radicais em breve; que essas mudanças poderão limitar a nossa capacidade de resposta; e que dispomos da tecnologia ou conhecimento necessários para construir um futuro melhor. Os próximos 20 anos serão muito diferentes dos últimos 20.



PS: Agora que alguém se deu ao (excelente!) trabalho de o traduzir, tornou-se ainda mais imprescindível.