Em tempo de férias, é difícil não reparar na importância que tem o transporte aéreo, actualmente. De acordo com os dados do INE, entre 2004 e 2008, "o movimento de aeronaves apresentou uma tendência estável de crescimento, na ordem dos 3%, em termos médios anuais." Nesse intervalo, aproximadamente 80% dos passageiros eram estrangeiros. Estes dados, só por si, quase me convenciam a apoiar a decisão de construir um novo aeroporto internacional de Lisboa. Afinal, como se sabe, uma fatia apreciável da riqueza nacional resulta do turismo.
Posto isto, tudo parece bem encaminhado.
Acontece que, num futuro próximo, parece-me óbvio que não será possível manter o actual nível de tráfego aéreo. Com a inevitável tendência de aumento do preço do petróleo, as viagens tornar-se-ão cada vez mais dispendiosas. Por outro lado, não creio que seja tecnicamente possível, num curto espaço de tempo, substituir o combustível dos aviões. (No transporte rodoviário e ferroviário a questão é menos problemática.)
Perante este cenário levanto algumas questões:
- Fará sentido investir milhões em novos aeroportos?
- Que impacto terá na economia portuguesa a redução do número de passageiros/turistas?
- Valerá a pena sacrificar recursos naturais com, por exemplo, a construção de campos de golf sabendo que será fortemente reduzido o número de turistas a procurá-los?
Sem comentários:
Enviar um comentário