Em tempo de férias, é difícil não reparar na importância que tem o transporte aéreo, actualmente. De acordo com os dados do INE, entre 2004 e 2008, "o movimento de aeronaves apresentou uma tendência estável de crescimento, na ordem dos 3%, em termos médios anuais." Nesse intervalo, aproximadamente 80% dos passageiros eram estrangeiros. Estes dados, só por si, quase me convenciam a apoiar a decisão de construir um novo aeroporto internacional de Lisboa. Afinal, como se sabe, uma fatia apreciável da riqueza nacional resulta do turismo.
Posto isto, tudo parece bem encaminhado.
Acontece que, num futuro próximo, parece-me óbvio que não será possível manter o actual nível de tráfego aéreo. Com a inevitável tendência de aumento do preço do petróleo, as viagens tornar-se-ão cada vez mais dispendiosas. Por outro lado, não creio que seja tecnicamente possível, num curto espaço de tempo, substituir o combustível dos aviões. (No transporte rodoviário e ferroviário a questão é menos problemática.)
Perante este cenário levanto algumas questões:
- Fará sentido investir milhões em novos aeroportos?
- Que impacto terá na economia portuguesa a redução do número de passageiros/turistas?
- Valerá a pena sacrificar recursos naturais com, por exemplo, a construção de campos de golf sabendo que será fortemente reduzido o número de turistas a procurá-los?
25 agosto 2009
21 agosto 2009
Conciliar o Inconciliável
Por vezes, deparamos-nos com a obra de pessoas que parecem conseguir conciliar o que, até aí, parecia inconciliável. No livro «Cradle to Cradle», do arquitecto americano W. McDonough e do químico alemão M. Braungart, demonstram clara e brilhantemente como devemos repensar a forma como fazemos as coisas. Eles demonstram-nos, por exemplo, como a industria não tem necessariamente que ser prejudicial para o ambiente, e como, se as coisas forem feitas da forma correcta, não há necessidade de promover a redução do seu consumo de modo a proteger o ambiente. Eu diria que, em certa medida, eles tornam obsoleto o famoso conceito dos 3 Rs.
É leitura imprescindível por todos os arquitectos, engenheiros, designers e restantes profissionais com a responsabilidade de especificar matérias e processos de produção, em qualquer ramo da industria.
E, já agora, espreite este trailer do filme: "The Next Industrial Revolution".
Nota: Não existe edição em Português.
A versão original, está escrita num inglês muito acessível.
19 agosto 2009
Selecção natural strikes again?
Normalmente, um problema começa por ser percepcionado por um pequeno número de pessoas. Essas pessoas vão chamando a atenção de outras, até que o grupo se torna suficientemente grande para que se encontrem e adoptem soluções.
Por vezes, verifico que a maioria das pessoas parece recusar-se a tomar consciência de certo tipo de problemas. Nalguns casos, isso resulta da forma errada como a comunicação é transmitida. Aí, o responsável é a pessoa que, ineficazmente, tenta alertar a outra. Noutras situações, a comunicação é eficaz, os argumentos são todos devidamente explicados, mesmo assim, o interlocutor continua em negação. Não quer ver a realidade embora reconheça e aceite todos os argumentos apresentados. Nestes casos, talvez só a psicologia consiga explicar o fenómeno.
Da minha parte, questiono-me se a relutância que a maioria das pessoas demonstra em tomar consciência dos graves problemas que a Humanidade está (a começar) a atravessar não fará parte do mecanismo de selecção natural... Afinal, a Mãe Natureza, cansada das agressões do Homem, talvez queira menos humanos à face da Terra. (Possivelmente, talvez só venham a prosperar os que, atempadamente, se prepararam para o que o futuro nos reserva.)
Nota:
Talvez seja um pensamento algo trágico, mas como não me agrada a (auto-)censura, resolvi publicá-lo.
Por vezes, verifico que a maioria das pessoas parece recusar-se a tomar consciência de certo tipo de problemas. Nalguns casos, isso resulta da forma errada como a comunicação é transmitida. Aí, o responsável é a pessoa que, ineficazmente, tenta alertar a outra. Noutras situações, a comunicação é eficaz, os argumentos são todos devidamente explicados, mesmo assim, o interlocutor continua em negação. Não quer ver a realidade embora reconheça e aceite todos os argumentos apresentados. Nestes casos, talvez só a psicologia consiga explicar o fenómeno.
Da minha parte, questiono-me se a relutância que a maioria das pessoas demonstra em tomar consciência dos graves problemas que a Humanidade está (a começar) a atravessar não fará parte do mecanismo de selecção natural... Afinal, a Mãe Natureza, cansada das agressões do Homem, talvez queira menos humanos à face da Terra. (Possivelmente, talvez só venham a prosperar os que, atempadamente, se prepararam para o que o futuro nos reserva.)
Nota:
Talvez seja um pensamento algo trágico, mas como não me agrada a (auto-)censura, resolvi publicá-lo.
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O Curso do Crash
O Dr. Chris Martenson enuncia as suas três crenças: que a nossa sociedade irá sofrer mudanças radicais em breve; que essas mudanças poderão limitar a nossa capacidade de resposta; e que dispomos da tecnologia ou conhecimento necessários para construir um futuro melhor. Os próximos 20 anos serão muito diferentes dos últimos 20.
PS: Agora que alguém se deu ao (excelente!) trabalho de o traduzir, tornou-se ainda mais imprescindível.
PS: Agora que alguém se deu ao (excelente!) trabalho de o traduzir, tornou-se ainda mais imprescindível.